O termo
abelha-rainha é comumente utilizado para se referir a uma
abelha adulta e fértil, sendo ela, normamelmente, mãe de todas as outras
abelhas da
colméia.
[1] As
rainhas se desenvolvem a partir de
larvas
criadas em células especiais, construídas pelas operárias e preparadas
especialmente para formar um indivíduo sexualmente maduro (as operárias
são inférteis). Normalmente existe uma única rainha em cada colônia.
Desenvolvimento
Metamorfose da abelha-rainha
Ovo |
eclode no 3º dia |
Larva (vários estágios) |
de 3 a 8,5 dias |
Casulo |
aproximadamente 7,5 dias |
Pupa |
de 8 dias até eclosão |
Eclosão |
de 15,5 a 17 dias |
Vôos nupciais |
de 20 a 24 dias |
Produção de ovos |
a partir do dia 23 |
Quando as condições são favoráveis para uma divisão da colônia ou
quando a atual rainha começa a envelhecer, as operárias iniciam o
desenvolvimento de novas rainhas. A rainha se desenvolve a partir de um
ovo (algumas vezes a partir de larvas extremamente jovens) idêntico aos
que dão origem a novas operárias. O desenvolvimento se diferencia devido
à alimentação exclusiva através da
geléia real, rica em
proteínas e
hormônios, produzida a partir de
glândulas presentes na cabeça das operárias. Todas as larvas são alimentadas com um pouco de
geléia real,
mas somente as futuras rainhas se alimentam exclusivamente dela. Em
conseqüência da dieta diferenciada, a rainha se desenvolve em um adulto
sexualmente maduro, ao contrário das operárias.
As rainhas se desenvolvem em células especiais, mais largas que as convencionais e construídas na vertical.
Como a larva da rainha se desenvolve pendurada de cabeça para baixo,
as operárias tampam a célula com cera. Quando pronta para emergir, a
nova rainha faz um corte circular ao redor da cobertura da célula.
Células abertas ao lado indicam que a nova rainha foi, provavelmente,
morta por uma rival.
Quando uma jovem rainha emerge, ela irá perseguir e tentar matar suas
rivais. Ao contrário das outras abelhas, o ferrão da rainha não é
ciliado. Ela pode picar o quanto quiser sem morrer por causa disto. Em
certas circunstâncias, como durante a cisão de uma colônia, as operárias
podem isolar as rainhas para impedir um confronto, permitindo a
formação de uma nova colônia.
Célula de uma rainha aberto para visualização da pupa.
Reprodução
Quando restar apenas uma rainha jovem na colônia, ela realizará o seu vôo nupcial, onde será fecundada por 12 a 15
zangões. Se as condições climáticas forem desfavoráveis, ela pode realizar outros vôos até completar o ato nupcial. A rainha guarda o
esperma dos
zangões em sua
espermateca. Ela liberará esse
esperma aos poucos, pelos seus 2 a 7 anos restantes de vida.
A rainha jovem possui um tempo limitado para acasalar. Se ela ficar
impossibilitada de voar por um longo período se tornará infértil, o que
resulta, normalmente, no desaparecimento da colônia.
Atribuições da rainha
Apesar de o nome sugerir, uma rainha não exerce nenhuma forma de
controle direto na colônia, sua única função é servir como reprodutora.
Uma rainha adulta e saudável chega a produzir, aproximadamente, 2.000
ovos por dia, uma quantia diária que supera sua própria massa corporal.
Ela é continuamente cercada de atendentes, que lhe provém alimento e
cuidam de seus ovos, além de distribuir uma substância que contém um
feromônio que inibe a construção de novas células de rainhas por parte das outras operárias.
[2]
Durante o período de ovoposição, a rainha decide quando produzir ovos
fertilizados (gerando operárias) ou não fertilizados (gerando
zangões)
de acordo com as dimenções dos alveolos nos quais deposita os ovos.
Assim são as operarias que decidem a produção de operárias ou de zangões
criando favo do tamanho necessario consoante as necessidades da
colônia. Ela fertiliza os ovos a partir do esperma que guarda em sua
espermateca.
Substituição
Substituição é o processo pelo qual uma rainha, normalmente muito
velha ou doente, é substituida por outra. Com o avanço da idade, a
rainha para de produzir seu
feromônio inibidor.
A substituição pode ser forçada por uma operária. Ela pode, por
exemplo, cortar uma das patas dianteiras ou do meio da rainha, que não
consegue mais se apoiar corretamente e para de colocar os ovos na
posição correta. Tal fato é percebido pelas operárias, que iniciam
imediatamente a produção de novas células de rainha. Quando uma nova
rainha já está madura e fértil as operárias matam a anterior por
sufocamento, se sobrepondo umas as outras sobre a rainha, até que ela
morra por excesso de temperatura (método também utilizado para matar
vespas predatórias).
Rainha jovem
Uma rainha jovem é aquela que ainda não foi fecundada. Elas possuem
um tamanho intermediário entre uma operária e uma rainha madura. Elas
são difíceis de ser identificadas, pois são muito ativas, varrendo toda a
colônia a procura de rivais.
As rainhas jovens aparentam ter um pouco de feromônio de rainha, mas
não o são assim reconhecidas pelas operárias, correndo o risco,
inclusive, de ser confundida com uma estranha e ser morta pelas outras
abelhas.
Rainhas jovem irão procurar e matar a ferroadas qualquer outra que
emergiu recentemente e até mesmo as que ainda se encontram no interior
de suas células.
Quando uma colônia está se preparando para uma divisão, as operárias
previnem os duelos até que a nova colônia esteja pronta. Uma vez no novo
habitat, as rainhas ali remanescentes irão lutar até que reste somente
uma em cada ambiente.
Identificação
O
abdome
da rainha é muito maior que o das operárias ao seu redor. No entanto,
em uma colméia com 60.000 a 80.000 abelhas é muito difícil localizar a
rainha rapidamente; por esse motivo, muitas rainhas são marcadas com um
ponto luminoso na parte de cima de seu tórax. A tinta utilizada não é
prejudicial e torna mais fácil a identificação da rainha.
Embora algumas vezes a cor utilizada seja aleatória,
apicultores
profissionais costumam utilizar um padrão de cores para indicar o ano
no qual a rainha eclodiu. Isso ajuda a identificar a idade da rainha e
as ações necessária para manter a colméia sempre com alta produtividade.
Algumas vezes são utilizadas, também, numerações para indicar rainhas
que eclodiram em um mesmo ano.
Referências